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Preguiça ou Depressão?

  • Foto do escritor: Mikio Murata
    Mikio Murata
  • 5 de jun. de 2015
  • 3 min de leitura

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Prolongar o tempo na cama por mais alguns minutinhos, logo após acordar, ou tirar algumas horas no fim de semana para relaxar, sem fazer nada, é um comportamento comum e sadio. Mas quando o desejo de permanecer deitado é constante, pode ser sinal de um distúrbio: a clinomania. O problema é caracterizado pelo desejo incontrolável de ficar deitado, dormindo ou não. E requer acompanhamento médico.

O diagnóstico não é simples e, geralmente, é feito por exclusão. "Como a clinomania pode ser facilmente confundida com outros males, como depressão e síndrome da fadiga crônica, é preciso fazer uma avaliação cuidadosa do quadro do paciente. Só após concluir que não se trata de nenhuma doença orgânica é que diagnosticamos o distúrbio", explica Shigueo Yonekura, neurologista do Instituto de Medicina e Sono de Campinas e Piracicaba (SP).

Quem sofre de depressão também pode apresentar dificuldade na hora de sair da cama, mas por conta da melancolia, do desânimo e da falta de energia que são característicos da doença. Já no caso da fadiga crônica, segundo o psiquiatra Sergio Tamai, conselheiro da Associação Brasileira de Psiquiatria, o que contribui para que o paciente permaneça deitado é um cansaço persistente, que vem acompanhado por sintomas como dores musculares, cefaleia e fraqueza.

O clinomaníaco, por outro lado, sente-se muito confortável na cama, tem uma vontade imensa de ficar deitado e pode permanecer assim por dias –principalmente se o tempo estiver chuvoso e nublado– sem sofrer com os sinais clínicos que marcam as outras doenças. Porém, conforme afirma o psiquiatra Almir Ribeiro Tavares, coordenador do Departamento de Medicina do Sono da Associação Brasileira de Psiquiatria, a clinomania pode se estabelecer em associação com outras doenças.

São muitos os métodos existentes para tratar a psique humana. Em comum, todos eles têm a comunicação verbal como principal recurso de tratamento, é a cura pela fala. Mas para que a terapia seja eficaz, é preciso que o paciente se identifique com o que está sendo proposto. Assim, fica mais fácil lidar com os incômodos do processo (que, em muitos momentos, demanda aprofundar-se na dor para aliviar problemas emocionais).

"Muitos quadros produzem cansaço e fadiga e podem levar o paciente a enxergar o descanso como um tratamento. Só que, com o tempo, o que era apenas um repouso programado tem chances de se tornar clinomania"

O distúrbio pode afetar pessoas de qualquer faixa etária, mas mulheres entre 20 e 40 anos são mais suscetíveis. Uma explicação possível pode ser a alteração hormonal a que essas mulheres se submetem todos os meses, conforme explica Tamai. Idosos também são considerados mais vulneráveis à doença.

"Com a vida tranquila, sem muitas atividades e ocupações, os idosos se dão o luxo de deitar durante o dia. Mas o hábito pode se tornar nocivo e progredir para a clinomania", afirma Tavares. "O ser humano não nasceu para ficar deitado. O organismo precisa estar sempre em movimento, caso contrário, uma série de funções é prejudicada", diz o especialista.

A boa notícia é que o distúrbio tem cura. Após o diagnóstico, o paciente pode buscar o auxílio de um psicólogo, psiquiatra, neurologista ou médico especialista em distúrbios do sono. "Alguns quadros exigem o uso de medicamentos mas, em outros, apenas o acompanhamento psicológico, a prática de exercícios físicos e as mudanças comportamentais são suficientes para resolver o problema", declara Yonekura.

 
 
 

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© 2015 por Ana teresa Chereguini

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